Análise técnica mostra como o desempenho das ações da Petrobras foi afetado por fatores de mercado
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) recuaram cerca de 15% entre janeiro e maio de 2025. Diante disso, analistas aram a revisar suas avaliações técnicas e projeções de médio prazo. De acordo com a B3, esse movimento negativo reflete a combinação entre instabilidade internacional, oscilação do preço do petróleo e perspectivas fiscais e operacionais da companhia. Para compreender esse cenário com mais precisão, é necessário observar os fatores econômicos e corporativos que influenciaram o desempenho dos papéis ao longo do período.
Principais fatores econômicos e geopolíticos explicam a queda das ações
No início de 2025, o petróleo Brent iniciou o ano em US$ 75. Contudo, até o fim de abril, o preço caiu para US$ 63, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A OPEP+ sinalizou um aumento de produção em março, o que causou a queda. Ao mesmo tempo, tensões comerciais entre China e Estados Unidos reacenderam receios sobre desaceleração global. Em 18 de abril de 2025, o governo chinês anunciou medidas tarifárias sobre produtos norte-americanos, o que reduziu a expectativa de crescimento da demanda por energia. Esses fatores, associados a um possível excesso de oferta, contribuíram diretamente para a desvalorização dos papéis da Petrobras nos primeiros quatro meses do ano.
Plano de investimentos é mantido com foco em médio e longo prazo
Apesar das incertezas externas, a Petrobras reafirmou em 6 de março de 2025 que manterá seu plano de investimentos iniciado em 2023. O portal oficial divulgou a nota. A companhia prevê aplicar US$ 102 bilhões até 2028, com foco em projetos de exploração, desenvolvimento da produção e modernização de refinarias. Relatório técnico da XP Investimentos, publicado em 8 de maio, destaca que a estratégia é ambiciosa, mas pode ampliar o endividamento, dependendo da execução e da disciplina fiscal. Por esse motivo, parte do mercado vê o plano com cautela, especialmente considerando o equilíbrio necessário entre investimentos e retorno ao acionista.
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Avaliações de mercado divergem quanto ao cenário para os papéis
Relatório da XP Investimentos, datado de 7 de maio, recomenda compra, com preço-alvo de R$ 46, baseado na expectativa de recuperação operacional e manutenção da geração de caixa. O Itaú BBA, em análise publicada em 9 de maio, também sugeriu compra, com preço-alvo de R$ 49, apontando a política de dividendos como diferencial diante da volatilidade. Por outro lado, a Genial Investimentos adotou postura mais neutra. Em relatório de 6 de maio, definiu o preço-alvo em R$ 48, mas destacou riscos corporativos relevantes. Essas análises indicam que o mercado financeiro ainda observa fundamentos sólidos na companhia, embora reforce a necessidade de monitoramento contínuo.
Dividendos permanecem como ponto de atenção para investidores
O Boletim de Mercado da Petrobras, divulgado em 3 de maio, prevê um ‘dividend yield’ próximo de 12% para 2025, mesmo em cenário de retração do petróleo. Analistas do BTG Pactual destacam que a companhia continua entre as principais distribuidoras de proventos da bolsa, o que atrai investidores focados em fluxo de caixa recorrente. Contudo, a sustentabilidade dos dividendos dependerá do comportamento do mercado internacional e da eficiência da Petrobras na execução de seus investimentos. Portanto, embora muitos considerem a remuneração atual atrativa, é preciso que os investidores avaliem os riscos embutidos no cenário macroeconômico e setorial.