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A verdade por trás do aço e da estrutura do casco do Titanic — uma análise detalhada das falhas que causaram o naufrágio que matou 1.500

Publicado em 02/05/2025 às 09:40
Titanic, Casco do Titanic, casco, falhas
Ilustração artística: IA
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Estudos técnicos revelam que a combinação de aço frágil, rebites de baixa qualidade e falhas no processo de montagem comprometeu a estrutura do Titanic, contribuindo decisivamente para seu trágico naufrágio em 1912

O naufrágio do RMS Titanic, em abril de 1912, continua a despertar atenção mais de um século depois. Considerado um símbolo da engenharia naval de sua época, o navio impressionava pelo luxo e pela estrutura. Mas análises técnicas revelaram que sua construção apresentava sérias fragilidades — especialmente em seu casco — que influenciaram diretamente na tragédia.

O casco do Titanic era formado por chapas de aço baixo carbono com três centímetros de espessura, unidas por rebites. A parte central do navio, onde as tensões de flexão eram mais intensas, recebeu três fileiras de rebites de aço.

Já nas extremidades, proa e popa, foram utilizadas somente duas fileiras com rebites de ferro forjado. Essa diferença na escolha de materiais viria a se mostrar crucial.

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O impacto com o iceberg

Na madrugada de 14 de abril de 1912, o navio colidiu com um iceberg no Atlântico Norte. A batida causou uma abertura de cerca de 91 metros no estibordo, próximo à proa, permitindo a entrada de água.

Mesmo projetado para resistir com quatro compartimentos alagados, o impacto expôs seis deles ao mar. O afundamento se tornou inevitável.

Hipóteses sobre a causa do rompimento do casco

Com o tempo, surgiram duas hipóteses principais sobre o motivo da ruptura estrutural: falha nas chapas de aço ou nos rebites. A primeira teoria apontava para a fragilidade das chapas metálicas em contato com a água extremamente fria, com temperaturas de -2°C.

Testes feitos anos depois mostraram que o aço utilizado tinha temperatura crítica de 32°C — muito superior ao ambiente do acidente.

Além disso, a composição das chapas incluía altos teores de enxofre, oxigênio e fósforo, todos elementos que fragilizam o aço. O baixo teor de manganês também comprometeu a ductilidade do material.

Ensaios da década de 1990 indicaram que o aço do Titanic era dez vezes mais frágil do que os utilizados atualmente. Mesmo assim, testes mais modernos mostraram que, a temperaturas próximas de 0°C, esse aço ainda era capaz de dobrar, não se rompendo como se imaginava inicialmente. Assim, essa hipótese perdeu força.

Problemas nos rebites e falhas de instalação

A segunda hipótese ganhou destaque. Estudos metalúrgicos revelaram que os rebites utilizados na construção não seguiam um padrão de qualidade.

Os da parte central, feitos com aço, eram mais resistentes. Já os das extremidades, de ferro forjado, apresentavam maior quantidade de escória — um resíduo que diminui a resistência do material. Isso explicava o menor custo desses rebites e sua fragilidade sob tensão.

Outro fator decisivo foi o processo de fixação dos rebites. Devido à curvatura do casco nas extremidades, os operários precisavam inseri-los manualmente, sem o auxílio de prensas hidráulicas. Essa limitação comprometeu a fixação adequada.

Ensaios indicaram que pressões externas nas cabeças dos rebites provocaram o descolamento das chapas em pontos críticos, facilitando a propagação dos danos após o impacto com o iceberg.

A construção e a viagem inaugural do Titanic

O Titanic foi lançado ao mar em 1911, pela White Star Line, como o maior navio de ageiros do mundo. Tinha 266 metros de comprimento, 28 metros de largura e 53 metros de altura.

A embarcação foi construída em Belfast, na Irlanda do Norte, e partiu para sua viagem inaugural no dia 10 de abril de 1912, saindo de Southampton, na Inglaterra, com destino a Nova York. Havia cerca de 2,2 mil pessoas a bordo.

O projeto incluía 16 compartimentos estanques, com a expectativa de que o navio pudesse seguir viagem mesmo se quatro deles fossem danificados. A confiança na tecnologia fez com que houvesse uma redução no número de botes salva-vidas, para manter o convés mais livre e elegante.

Após o impacto, com a proa completamente submersa, a popa se ergueu, expondo as hélices. A estrutura não resistiu à tensão e se partiu ao meio. A proa afundou rapidamente, enquanto a popa desceu em movimento espiral, gerando explosões e lançando partes internas para fora.

Um conjunto de falhas estruturais e humanas

A conclusão dos estudos foi clara. O naufrágio do Titanic não foi causado somente por um único erro. Foi o resultado de uma série de falhas acumuladas.

A baixa qualidade dos rebites, a forma manual de inserção, a falta de padronização dos materiais e a urgência da entrega foram fatores decisivos. Adiciona-se a isso o despreparo da tripulação, decisões equivocadas do capitão e cortes de custos pela empresa responsável.

Esse conjunto de decisões e falhas técnicas acabou transformando o que seria a viagem mais segura da época em um dos maiores desastres marítimos da história.

Com informações de Engemat Solucoes.

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Romário Pereira de Carvalho

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