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A mina de ouro de Paracatu: a operação gigante da Kinross em Minas Gerais que é a maior do Brasil e uma das maiores das Américas

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 12/06/2025 às 09:10
A maior mina de ouro do Brasil, visível do espaço, move 47 milhões de toneladas de rocha para produzir 19 toneladas de ouro por ano
A maior mina de ouro do Brasil, visível do espaço, move 47 milhões de toneladas de rocha para produzir 19 toneladas de ouro por ano

Em Paracatu (MG), a gigante canadense Kinross opera uma das maiores minas das Américas, um empreendimento de escala colossal com grandes impactos econômicos e desafios socioambientais.

No noroeste de Minas Gerais, a mina Morro do Ouro, em Paracatu, representa um dos maiores e mais complexos empreendimentos de mineração do mundo. Operada pela canadense Kinross Gold, esta é a maior mina de ouro do Brasil a céu aberto e uma das maiores das Américas. Sua escala é tão monumental que a cava e as estruturas de rejeitos são visíveis do espaço, um testemunho de sua imensa pegada física.

Em plena operação em 2025, a mina de Paracatu é uma proeza da engenharia, especializada na exploração de minério de baixo teor em uma escala massiva. Ao mesmo tempo em que se consolida como um pilar para a economia local e para a produção global da Kinross, a operação enfrenta desafios constantes relacionados à gestão de rejeitos, uso de recursos hídricos e seu impacto nas comunidades vizinhas.

A história do ouro em Paracatu: de 1744 aos dias de hoje

A relação de Paracatu com o ouro é antiga, remontando a 1744, quando bandeirantes fizeram as primeiras descobertas.

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Esse evento marcou o último grande ciclo do ouro em Minas Gerais no período colonial e levou à fundação do arraial que daria origem à cidade.

No entanto, após o esgotamento do ouro de fácil extração, a região mergulhou em um período de decadência, voltando-se para a agropecuária.

A mineração industrial moderna só começou em 1987. A Kinross Gold Corporation entrou em cena em janeiro de 2003, adquirindo 49% da mina.

Em um movimento estratégico para consolidar seu controle, a empresa comprou os 51% restantes no final de 2004, em uma transação de US$ 260 milhões, tornando-se 100% proprietária da operação.

Como funciona a maior mina de ouro do Brasil

No noroeste de Minas Gerais, a mina Morro do Ouro, em Paracatu, representa um dos maiores e mais complexos empreendimentos de mineração do mundo. Operada pela canadense Kinross Gold, esta é a maior mina de ouro do Brasil a céu aberto e uma das maiores das Américas. Sua escala é tão monumental que a cava e as estruturas de rejeitos são visíveis do espaço, um testemunho de sua imensa pegada física.

A principal característica da mina de ouro de Paracatu é o seu minério de baixo teor, com uma média de apenas 0,4 gramas de ouro por tonelada de rocha.

Para tornar a operação rentável, é preciso movimentar e processar volumes colossais de material. Em 2019, por exemplo, foram movimentadas 47 milhões de toneladas de rochas para produzir 19 toneladas de ouro.

A operação funciona 24 horas por dia e envolve várias etapas complexas:

Detonação: com o avanço para rochas mais duras desde 2004, cerca de 180 detonações diárias são realizadas para fragmentar o material.

Cominuição: o minério a por alguns dos maiores moinhos do mundo para ser pulverizado e liberar as partículas de ouro.

Lixiviação por Cianetação: em um processo conhecido como CIL (Carbon-in-Leach), o ouro é dissolvido em uma solução de cianeto, uma técnica comum para minérios de baixo teor, mas que exige manejo rigoroso devido à sua toxicidade.

Os US$ 141 milhões em impostos e a geração de empregos

A mina de ouro de Paracatu é um motor econômico para a região. Em 2023, a Kinross Brasil pagou US$ 141 milhões a governos em impostos e royalties.

No primeiro trimestre de 2025, a arrecadação de royalties (CFEM) no município foi de R$ 33,5 milhões.

A empresa também é uma grande empregadora. Em 2023, contava com 1.825 funcionários e 2.827 contratados, com um pagamento total de US$ 57 milhões em salários e benefícios.

Além disso, a Kinross investe em programas de desenvolvimento social e fomenta a economia local, com US$ 627 milhões em aquisições de bens e serviços no Brasil em 2023.

O arsênio e o acordo para descaracterizar as barragens

No noroeste de Minas Gerais, a mina Morro do Ouro, em Paracatu, representa um dos maiores e mais complexos empreendimentos de mineração do mundo. Operada pela canadense Kinross Gold, esta é a maior mina de ouro do Brasil a céu aberto e uma das maiores das Américas. Sua escala é tão monumental que a cava e as estruturas de rejeitos são visíveis do espaço, um testemunho de sua imensa pegada física.

A escala da operação traz consigo desafios significativos. A rocha de Paracatu é rica em arsenopirita, o que libera arsênio, uma substância tóxica, no ambiente durante o processo.

Estudos já apontaram concentrações elevadas do elemento no solo e em córregos da região, gerando preocupação na comunidade e Ações Civis Públicas.

Outro ponto crítico é a gestão das duas imensas barragens de rejeitos, Santo Antônio e Eustáquio. Em maio de 2024, a Kinross firmou um acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para iniciar o processo de descaracterização das barragens a partir de 2028 e 2033, respectivamente, visando minimizar os riscos. O acordo também prevê investimentos socioambientais de R$ 27,5 milhões.

A dimensão da mina de ouro de Paracatu no cenário mundial

A produção de Paracatu é de classe mundial. Em 2022, a mina produziu 577 mil onças de ouro, o que a classificou como a maior produtora da América do Sul naquele ano, superando operações famosas no Peru e Equador. Com reservas estimadas em 17,5 milhões de onças, sua vida útil está projetada para além de 2030.

Sua imensa pegada física, resultado da necessidade de escavar milhões de toneladas de rocha, faz com que a mina de ouro seja visível em imagens de satélite.

Essa visibilidade do espaço não é apenas uma curiosidade, mas um poderoso lembrete da escala colossal da operação e de seu impacto na paisagem, reforçando a importância de práticas de mineração sustentáveis.

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