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A metrópole brasileira que o avanço do mar ameaça engolir o Maracanã, e o perigo parece invisível para muitos

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 19/05/2025 às 17:21
Atualizado em 22/05/2025 às 14:09
Maré alta no Maracanã: Descubra como a elevação do nível do mar e inundações ameaçam a metrópole brasileira do Rio de Janeiro e seu templo do futebol. Conheça os riscos, impactos e estratégias de adaptação para proteger este legado
Maré alta no Maracanã: Descubra como a elevação do nível do mar e inundações ameaçam a metrópole brasileira do Rio de Janeiro e seu templo do futebol. Conheça os riscos, impactos e estratégias de adaptação para proteger este legado

A elevação do nível do mar e inundações históricas colocam em xeque o futuro do Rio de Janeiro, uma icônica metrópole brasileira, e seu templo do futebol, o Maracanã, exigindo ações urgentes.

A imagem de uma “maré alta” atingindo o Maracanã simboliza uma ameaça complexa e crescente para o Rio de Janeiro. Esta metrópole brasileira enfrenta riscos combinados de inundações fluviais, pluviais e costeiras, todos agravados pela elevação global do nível do mar (ENM). A preocupação vai além de uma estrutura física, tocando na salvaguarda de um patrimônio cultural e na resiliência da cidade.

Este artigo analisa, com base em evidências, a natureza e a iminência desses riscos. O foco recai sobre a região do Maracanã, um símbolo da identidade nacional. Compreender essa ameaça é vital para proteger não apenas o estádio, mas toda a dinâmica desta vibrante metrópole brasileira diante de um futuro climático incerto.

A crescente vulnerabilidade do Rio de Janeiro à elevação do nível do mar

A ameaça da elevação do nível do mar (ENM) para o Rio de Janeiro é cientificamente embasada e cada vez mais urgente. Um relatório da ONU, citado pela Prefeitura, aponta um aumento de 13 centímetros no nível do mar na cidade entre 1990 e 2020. Projeções indicam um acréscimo adicional de 12 a 21 centímetros nos próximos 30 anos, devido ao aquecimento global. Essa aceleração sinaliza um contínuo agravamento dos riscos costeiros.

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Desde 2008, estudos são conduzidos pelo Instituto Pereira os (IPP), Prefeitura e parceiros como o INPE para informar o planejamento urbano e fortalecer a resiliência desta metrópole brasileira. A Bacia da Baía de Guanabara, crucial para a hidrologia local, possui a maior taxa de exposição populacional ao risco de ENM no Brasil, atingindo 78%. Essa vulnerabilidade extrema tem implicações sociais profundas, afetando diretamente milhões de habitantes. Áreas de baixa altitude, como a Baixada de Jacarepaguá, e assentamentos informais são particularmente frágeis. A perda de cerca de 90% dos manguezais da Baía de Guanabara, barreiras naturais essenciais, agrava a situação, deixando extensas áreas mais expostas.

Maracanã e Grande Tijuca: um histórico de inundações na metrópole brasileira

A região do Maracanã, Tijuca e Praça da Bandeira possui um longo histórico de inundações. A Grande Enchente de janeiro de 1966 é emblemática: o Maracanã abrigou 18.910 desabrigados. A Tijuca e ruas adjacentes ficaram submersas, comprometendo a mobilidade. A Praça da Bandeira, um nó viário vital para a metrópole brasileira, tem histórico de paralisações desde o século XIX. Embora o reservatório da Praça da Bandeira (operacional desde 2013) tenha trazido alívio, alagamentos menores persistem.

O próprio Estádio do Maracanã sofreu repetidamente com chuvas intensas. Jogos foram interrompidos ou adiados em 2019, 2015, 2010, 1998, 1989 e 1981 devido a alagamentos no gramado, vestiários e túneis. A funcionalidade do estádio também é afetada quando vias de o cruciais, como a Praça da Bandeira e a Radial Oeste, ficam intransitáveis. Essas ocorrências crônicas indicam causas profundas, ligadas à topografia, drenagem e urbanização, agora amplificadas pelas mudanças climáticas.

Fatores determinantes do risco aumentado de inundação

A vulnerabilidade a inundações no complexo do Maracanã e seu entorno persiste devido a deficiências no sistema de drenagem. Chuvas intensas sobrecarregam o escoamento, causando inundações significativas. O trecho final do Rio Joana, próximo ao Maracanã, apresenta um estrangulamento que restringe o fluxo, represando água e afetando o estádio e a UERJ. A situação piora quando o Rio Maracanã transborda, direcionando mais água para o já comprometido sistema do Rio Joana.

O Rio Maracanã, com nascentes na Floresta da Tijuca, foi retificado e canalizado no século XX, alterando sua dinâmica. Ele deságua no Canal do Mangue, que também recebe águas dos rios Joana, Trapicheiros e outros antes de chegar à Baía de Guanabara. O estreitamento da foz do Canal do Mangue para a construção da zona portuária reduziu drasticamente sua capacidade de escoamento, contribuindo para inundações a montante. A Baía de Guanabara, poluída e assoreada, tem sua capacidade de comportar fluxos comprometida, especialmente com marés altas e ENM, influenciando os níveis d’água nos rios que nela deságuam, impactando até mesmo áreas como a do Maracanã.

As mudanças climáticas globais aceleram os riscos. A “Estratégia de Adaptação às Mudanças Climáticas da Cidade do Rio de Janeiro” (2016) reconhece o aumento da frequência e volume de chuvas fortes. A ENM, além de causar inundações costeiras, dificulta o escoamento dos rios para a baía (efeito de remanso). A urbanização, com aterramento de várzeas e impermeabilização do solo, aumenta o escoamento superficial, sobrecarregando a drenagem. A geologia da planície costeira, com solos compressíveis, também sugere uma predisposição à subsidência (afundamento do solo), embora dados específicos para o Maracanã sejam limitados.

Estratégias de defesa: engenharia, monitoramento e o futuro da adaptação na metrópole brasileira

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O Rio de Janeiro tem investido em medidas estruturais, especialmente na Grande Tijuca. Reservatórios subterrâneos na Praça da Bandeira (18 milhões de litros), Praça Varnhagen (45.000 m³) e Praça Niterói (55.000 m³) foram construídos. O desvio de parte do fluxo do Rio Joana por um túnel para a Baía de Guanabara é outra medida. Um novo túnel está em construção para desviar o excesso de água do Rio Maracanã para o sistema do Rio Joana, visando reduzir o volume de água no leito principal do Rio Maracanã.

O Sistema Alerta Rio (Geo-Rio) monitora condições meteorológicas e emite alertas. Parcerias com a NASA aprimoram modelos de previsão de deslizamentos. Mapas de suscetibilidade a escorregamentos e inundações existem. Em agosto de 2024, foi criado o “Comitê Rio de Estudos Científicos sobre a Elevação dos Mares” para aprofundar pesquisas sobre os impactos da ENM nesta metrópole brasileira. Planos como a Estratégia de Adaptação (2016), o Plano Estadual de Recursos Hídricos (2014) e o Plano Municipal de Saneamento Básico (2021-2041) orientam ações.

A Adaptação Baseada em Ecossistemas (AbE) ganha reconhecimento. A Baía de Guanabara perdeu 90% dos manguezais, defesas naturais cruciais. A proteção e restauração desses ecossistemas são recomendadas, oferecendo soluções regenerativas e mais custo-efetivas a longo prazo.

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Edmilson
Edmilson
20/05/2025 19:08

Agora imagine o risco a cidade de Maricá, que está apenas 68 cm acima do nível do mar?

Ícaro
Ícaro
21/05/2025 00:24

“O Rio vai sumir!” Tão deixando a gente sonhar.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites G, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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