Localizada em Wyoming, EUA, e operada pela Peabody Energy, North Antelope Rochelle é a maior mina de carvão do mundo em reservas. Conheça os detalhes desta gigantesca operação.
A mina North Antelope Rochelle (NARM), nos Estados Unidos, é frequentemente citada como a maior mina de carvão do mundo em termos de reservas, superando 1,7 bilhão de toneladas. Operada pela Peabody Energy na Bacia do Powder River, Wyoming, esta colossal mina a céu aberto é crucial para o suprimento de energia americano e para a economia regional.
Este artigo explora em detalhes a NARM. Abordaremos seu contexto geológico e corporativo. Analisaremos suas operações, impacto socioeconômico, gestão ambiental e as perspectivas futuras desta gigante da indústria de carvão, com base em informações especializadas.
Onde fica e quem opera a maior mina de carvão do mundo?
A maior mina de carvão do mundo em reservas, North Antelope Rochelle, está localizada no Condado de Campbell, Wyoming, EUA. Ela fica a aproximadamente 105 km ao sul de Gillette, na prolífica Bacia do Powder River.
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A operação é resultado da união de duas minas: North Antelope (iniciada em 1983) e Rochelle (iniciada em 1985). Elas foram combinadas em 1999. A proprietária e operadora da NARM é a Peabody Energy, por meio de sua subsidiária Powder River Coal LLC.
Peabody Energy e a Bacia do Powder River
A Bacia do Powder River (PRB) se estende pelo nordeste do Wyoming e sudeste de Montana. É a maior região produtora de carvão dos Estados Unidos, fornecendo cerca de 40% do carvão americano. O carvão da PRB é sub-betuminoso, valorizado por seu baixo teor de enxofre e cinzas. Isso o torna uma opção “mais limpa” para usinas termelétricas.
A Peabody Energy, fundada em 1883, é uma das maiores produtoras de carvão do mundo. Possui 17 operações ativas nos EUA e Austrália, atendendo clientes em mais de 25 países. Recentemente, a empresa tem focado em “valor sobre volume”, reduzindo a produção de carvão termal nos EUA e voltando-se para o carvão metalúrgico e, a longo prazo, para energias renováveis.
North Antelope Rochelle em detalhes: reservas, produção e operações da maior mina de carvão do mundo
A NARM é, de fato, a maior mina de carvão do mundo em reservas comprovadas e prováveis, com números recentes indicando cerca de 1,4 bilhão de toneladas. O carvão extraído é termal sub-betuminoso, com baixo teor de enxofre (0,20%) e poder calorífico de 8.800 BTU/lb.
A mineração é a céu aberto. A camada de carvão Wyodak-Anderson tem entre 18 e 24 metros de espessura. O material que cobre o carvão é removido por draglines, caminhões, pás carregadeiras e tratores. O carvão é extraído de três fossos, britado e transportado para silos de carregamento de trens. A mina opera 24/7. A produção anual da NARM, embora tenha diminuído dos picos históricos (118 milhões de toneladas curtas em 2014), foi de aproximadamente 62 milhões de toneladas curtas em 2023. A mina emprega cerca de 1.200 pessoas. O transporte é feito pelas ferrovias BNSF e Union Pacific. A Peabody utiliza tecnologias como drones e análise de dados para otimizar operações e custos.
O impacto da maior mina de carvão do mundo: economia, sociedade e meio ambiente
A NARM tem um profundo impacto econômico e socioeconômico. Ela representa cerca de 10,7% da produção de carvão dos EUA (2023), abastecendo mais de 80 usinas no país. No Wyoming, a indústria de carvão, e a NARM em particular, são pilares da economia. Geram empregos diretos e indiretos e bilhões em benefícios econômicos. As receitas fiscais do carvão são vitais para o estado. A Peabody também realiza investimentos comunitários.
Ambientalmente, a NARM possui um histórico de recuperação de terras premiada. A empresa visa recuperar áreas mineradas na proporção de 1:1 em relação às áreas perturbadas. A gestão da água foca na supressão de poeira e reciclagem. Contudo, a combustão do carvão da NARM contribui para emissões de gases de efeito estufa. Em 2021, as emissões de Escopo 3 (uso final) do carvão da NARM foram de aproximadamente 106,7 milhões de toneladas métricas de CO₂e. A Peabody tem metas de redução para suas emissões operacionais (Escopo 1 e 2). A empresa também enfrentou litígios ambientais e o fim de novos arrendamentos federais de carvão na PRB limita sua expansão futura.