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A incrível construção de US$600 bilhões: Represar o mar do norte é loucura ou genialidade?

Escrito por Carla Teles
Publicado em 16/05/2025 às 18:37
A incrível construção de US$600 bilhões: Represar o mar do norte é loucura ou genialidade?
Uma muralha de US$600 bi para represar o Mar do Norte? Conheça este colossal projeto de construção, seus riscos e o urgente alerta climático por trás. Imagem: Canal Construction Time
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Cientistas holandeses propõem uma megaestrutura de diques para proteger a Europa da elevação do mar. Uma obra de engenharia sem precedentes, com custos e impactos monumentais.

A engenharia humana poderia transformar o mar em uma represa? Um cientista holandês planeja represar o Mar do Norte, criando um reservatório colossal. Esta construção demandaria diques de centenas de quilômetros, bilhões de toneladas de materiais e um custo de US$ 600 bilhões. Embora pareça impossível, os envolvidos afirmam ser viável. Mas por que essa imensa construção seria necessária?

A emergência climática e a ideia da grande barreira marítima

A principal razão é a elevação do nível do mar, que subiu mais de 20 cm desde 1880. Impulsionada pelas mudanças climáticas, essa elevação pode atingir 2 metros até 2100, inundando comunidades costeiras e afetando milhões. A ONU alerta para uma catástrofe mundial. A barragem isolaria o Mar do Norte e o Báltico, protegendo 15 países, incluindo Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Holanda, e grandes cidades como Londres e Amsterdã.

A anatomia da gigantesca construção proposta

Imagem do Canal Construction Time
Imagem do Canal Construction Time

O projeto chama-se Barragem de Cercamento do Norte da Europa (NEED), idealizado por Shoy Groscamp e Joaquim Kelsen. Publicado em 2020, o plano prevê dois paredões: Nid Sul e Nid Norte. O Nid Sul ligaria Inglaterra à França por 161 km, superando em muito qualquer dique existente. Nem a soma dos maiores diques (Saemangeum, 33 km; Afsluitdijk, 32 km) e da maior ponte marítima (Hong Kong-Zhuhai-Macau, 55 km) se igualaria à sua extensão. O Nid Norte seria ainda maior, com 476 km, estendendo-se da Escócia à Noruega. A construção totalizaria mais de 600 km de obras.

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Viabilidade técnica e financeira em debate

Groscamp considera a construção “substancial, mas sustentável”. As barragens teriam 50 m de largura no topo e se elevariam 20 m acima do mar, feitas de areia, pedra e argila. Seriam necessárias 50 bilhões de toneladas de areia, volume atualmente coletado globalmente em um ano. Aumentando a coleta em 10%, o material seria estocado em uma década. A profundidade é outro desafio: mais de 100 m para o Nid Sul e 300 m para o Nid Norte. Contudo, bases de plataformas petrolíferas já foram feitas em profundidades similares. O custo de US$ 600 bilhões, dividido entre 15 países por 20 anos, representaria menos de 0,5% do PIB combinado anual dessas nações.

Comércio e ecossistemas em risco com a construção

A construção impactaria o comércio, aprisionando navios de portos como Roterdã e Hamburgo. Comportas seriam lentas, afetando a economia. Ambientalmente, bloquearia correntes, nutrientes e vida marinha, devastando ecossistemas e populações de cetáceos. A água doce de rios diluiria o reservatório, tornando o Mar do Norte 10 vezes menos salgado em 100 anos, prejudicando a vida marinha e a pesca.

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Carla Teles

Produzo conteúdos diários sobre tecnologia, inovação, construção e setor de petróleo e gás, com foco no que realmente importa para o mercado brasileiro. Aqui, você encontra oportunidades de trabalho atualizadas e as principais movimentações da indústria. Tem uma sugestão de pauta ou quer divulgar sua vaga? Fale comigo: [email protected]

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