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A empresa mais antiga do mundo ainda em atividade foi fundada há quase 1.500 anos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 19/03/2025 às 21:32
empresa mais antiga do mundo
Foto: Domínio Público

Em um mundo onde empresas surgem e desaparecem rapidamente, uma companhia impressiona por estar em operação há quase 1.500 anos. A empresa mais antiga do mundo resistiu a muitos desafios

Milhares de empresas são criadas e fecham suas portas diariamente ao redor do mundo. Algumas duram anos, outras somente meses. Mesmo as mais valiosas do planeta, que dominam setores inteiros, têm poucas décadas de existência. Nesse cenário, iremos falar sobre a empresa mais antiga do mundo.

Mas há uma exceção impressionante. A empresa mais antiga do mundo ainda em atividade foi fundada há quase 1.500 anos. Trata-se da Kongo Gumi, uma construtora japonesa que iniciou suas atividades no século VI.

Origem da Kongo Gumi — a empresa mais antiga do mundo

A história da empresa começa no ano de 578, quando o carpinteiro coreano Kongō Shikō chegou ao Japão.

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Ele fazia parte de um grupo de artesãos especializados na construção de templos budistas. O país, que na época era dominado pelo taoísmo, ava por um intenso processo de adoção do budismo.

Para impulsionar essa mudança, a família real japonesa decidiu erguer o primeiro templo budista do arquipélago: o Shitenno-ji, em Osaka.

Como não havia mão de obra local com conhecimento em arquitetura budista, Kongō Shikō e outros dois carpinteiros foram convidados a executar o projeto.

Concluída a obra, Kongō Shikō decidiu permanecer no Japão e fundou a Kongo Gumi, dando início a uma história que atravessaria séculos.

Sobrevivendo ao tempo

Desde a construção do Shitenno-ji, a Kongo Gumi se especializou na edificação e restauração de templos budistas em todo o Japão.

Ao longo de sua existência, enfrentou desafios significativos, como guerras, crises econômicas e mudanças políticas. Ainda assim, conseguiu se manter ativa por quase um milênio e meio.

De acordo com Hidekazu Sone, professor associado da Universidade de Arte e Cultura de Shizuoka, a longevidade da empresa está diretamente ligada à qualidade de seus artesãos e à gestão eficiente de seus líderes.

Registros históricos indicam que a empresa sempre contou com os carpinteiros mais qualificados do Japão.

A concorrência interna entre esses profissionais levou ao aprimoramento constante das técnicas de construção, garantindo a superioridade da Kongo Gumi no mercado.

Liderança e tradição

Durante a maior parte de sua existência, a Kongo Gumi foi istrada por descendentes diretos de Kongō Shikō. Foram 40 gerações da mesma família liderando a empresa. Mas essa continuidade não era baseada apenas em laços sanguíneos.

A família sempre priorizou a competência em detrimento da tradição. Se o primogênito não demonstrasse habilidade suficiente, outro membro da família assumia a liderança.

Caso não houvesse descendentes homens, as filhas se casavam com carpinteiros talentosos, garantindo a continuidade da gestão.

No Período Edo (1603-1868), a Kongo Gumi enfrentou concorrência feroz de outros grupos de carpinteiros.

Para se manter no mercado, ou a selecionar líderes que, além de serem bons artesãos, tivessem habilidades istrativas. Essa flexibilidade ajudou a empresa a atravessar crises ao longo dos séculos.

Crises e reestruturação

Apesar de sua longa história, a Kongo Gumi não esteve imune a dificuldades. No início do século XX, durante a Depressão Showa, a empresa enfrentou graves problemas financeiros.

A Segunda Guerra Mundial também trouxe desafios.

Com a economia devastada e a demanda por construção de templos reduzida, a empresa precisou se reinventar para sobreviver.

No entanto, o golpe mais duro veio em 2006. Acumulando grandes dívidas, a Kongo Gumi não conseguiu mais operar de forma independente.

Foi então adquirida pela Takamatsu Construction Group, uma construtora de Osaka.

Legado e influência

Atualmente, a Kongo Gumi continua existindo, mas como uma subsidiária da Takamatsu. Sua identidade histórica permanece viva, e sua influência ainda pode ser vista na construção e restauração de templos budistas pelo Japão.

No entanto, nenhum descendente da família Kongo ocupa cargos de liderança na empresa. Apenas um membro da família ainda trabalha na companhia, mantendo viva a tradição de alguma forma.

O legado da Kongo Gumi vai além da história empresarial. Seu modelo de gestão, sua adaptação às mudanças e a qualidade de sua mão de obra são um exemplo de longevidade e resiliência.

Poucas empresas no mundo podem se orgulhar de um histórico tão impressionante.

Mesmo sem a independência do ado, a Kongo Gumi segue como símbolo de tradição e inovação na construção japonesa.

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Flavio torres
Flavio torres
21/03/2025 07:20

Em um mundo tão devastador para as empresas , saber que uma atravessou séculos, e uma inspiração para empreendedores, manter – se ativo e prosperar, seguir firme e focar o futuro, parabéns.

Dener Oliveira
Dener Oliveira(@denerdenerconceicao-com-br)
05/05/2025 21:53

oi

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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