Com 2.177 km, a Ferrovia do Golfo (GCC Railway) visa unificar Arábia Saudita, Bahrein, Catar, EAU, Kuwait e Omã, transformando a logística e a economia da região com uma nova mega ferrovia
O projeto da Ferrovia do Golfo, ou GCC Railway, representa uma das mais ambiciosas iniciativas de infraestrutura transnacional do século XXI. Com um custo estimado em US$ 250 bilhões, esta mega ferrovia de aproximadamente 2.177 quilômetros visa interligar os seis estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG): Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos (EAU), Kuwait e Omã.
Concebido em 2009, o projeto enfrentou diversos adiamentos, mas recentemente ganhou novo impulso, com uma meta de conclusão para o início da década de 2030. A ferrovia é vista como crucial para a integração econômica e a diversificação das economias do Golfo.
O que é a Ferrovia do Golfo e sua visão estratégica para o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG)?
A Ferrovia do CCG busca promover maior integração econômica, otimizar cadeias de suprimentos e oferecer mobilidade sustentável para ageiros e cargas. É considerada a espinha dorsal de uma futura união aduaneira do CCG, visando aumentar o comércio intrarregional, atualmente em cerca de 10%.
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O traçado principal desta mega ferrovia se estenderá da Cidade do Kuwait a Mascate (Omã), ando pela Arábia Saudita e EAU, com ramais para Bahrein e Catar. O cronograma original de 2018 foi revisado para o início da década de 2030, refletindo a complexidade do empreendimento.
Avanços e desafios em cada país do Golfo até 2025
A implementação da Ferrovia do Golfo avança de forma desigual. Os Emirados Árabes Unidos, com sua rede Etihad Rail de 900 km já concluída para carga, e a Arábia Saudita, com o Projeto Saudi Land Bridge, demonstram os maiores progressos. O projeto Hafeet Rail, ligando os EAU a Omã (Porto de Sohar), iniciou sua implementação em abril de 2024 e serve de modelo.
O Kuwait adjudicou recentemente o contrato de estudo para sua ligação com a Arábia Saudita. O Bahrein aprovou o desenvolvimento de sua rede interna conectada ao CCG. O Catar reafirmou a meta de conclusão para 2030, apesar de atrasos anteriores devido à crise diplomática (2017-2021).
Especificações técnicas e a busca pela interoperabilidade da mega ferrovia do CCG
Para garantir operações transfronteiriças fluidas, a Ferrovia do Golfo adotará a bitola padrão internacional de 1.435 mm. As velocidades de projeto são de até 220 km/h para trens de ageiros e entre 80-120 km/h para trens de carga. A carga por eixo é projetada para 32,5 toneladas, e o gabarito permitirá contêineres de pilha dupla.
O sistema de sinalização padrão será o ETCS Nível 2 (Sistema Europeu de Controle de Trens), como já implementado no Hafeet Rail. Apesar das diretrizes comuns estabelecidas em 2012, a harmonização técnica e regulatória completa entre os seis países continua sendo um desafio significativo para esta mega ferrovia.
Financiamento, governança e os desafios de umamega ferrovia multinacional tão ambiciosa
O custo de US$ 250 bilhões é financiado individualmente por cada país do CCG para seu respectivo trecho, sem um fundo unificado inicial. Isso levou a um desenvolvimento desigual, com estados mais ricos avançando mais rapidamente. Parcerias Público-Privadas (PPPs) são consideradas, como no bem-sucedido financiamento de US$ 1,5 bilhão para o Hafeet Rail.
A Autoridade Ferroviária do CCG (GCCRA), estabelecida em 2021, coordena o projeto, mas há apelos para que seu papel evolua para incluir poderes de fiscalização, similar à Agência Ferroviária da UE. Obstáculos políticos, como a crise com o Catar, e a necessidade de harmonizar alfândegas e regulamentos são desafios persistentes.
O potencial transformador da Ferrovia do Golfo para a região e o mundo
A Ferrovia do Golfo tem o potencial de impulsionar o comércio intra-CCG, reduzir custos logísticos e apoiar a diversificação econômica para além do petróleo. Ambientalmente, promete reduzir emissões de CO2 em comparação com o transporte rodoviário. Estima-se que transporte 8 milhões de ageiros e 95 milhões de toneladas de carga anualmente até 2045.
Esta mega ferrovia pode também se conectar a corredores transnacionais maiores, como o Corredor Econômico Índia-Oriente Médio-Europa (IMEC), elevando o CCG a um nó logístico global. O sucesso do projeto dependerá da superação dos desafios de coordenação, financiamento e da vontade política sustentada de todos os estados membros.
Tempo espaço
E viva a China integrando povos do mundo enquanto EUA e o deus de Israel desintegra as pessoas
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