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A capital do carvão brasileira construída sobre um perigoso labirinto de minas abandonadas que muitos moradores ignoram

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 15/05/2025 às 08:21
Atualizado em 18/05/2025 às 21:26
Chão AFUNDANDO na capital do carvão do Brasil! 🏚️ Criciúma (SC) e o DESASTRE silencioso das minas abandonadas. Riscos e impactos.
Chão AFUNDANDO na capital do carvão do Brasil! 🏚️ Criciúma (SC) e o DESASTRE silencioso das minas abandonadas. Riscos e impactos. (FOTO: DRONES FLYSUL)
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Conhecida como a capital do carvão do Brasil, Criciúma (SC) e cidades vizinhas na região carbonífera de Santa Catarina enfrentam um legado perigoso: um subsolo repleto de minas abandonadas que ameaçam a superfície e a vida de seus moradores.

Criciúma, em Santa Catarina, ostenta o título de capital do carvão do Brasil, um reconhecimento de sua longa e fundamental história na extração deste mineral. No entanto, sob a paisagem urbana desta e de outras cidades da região carbonífera catarinense, esconde-se um perigoso labirinto: vastas redes de galerias de minas de carvão abandonadas, muitas vezes desconhecidas ou ignoradas por grande parte da população que vive logo acima.

Este legado subterrâneo tem gerado um desastre urbano que cresceu em silêncio, com riscos de afundamento do solo (subsidência), contaminação ambiental severa e impactos diretos na segurança e qualidade de vida dos habitantes. Vamos desvendar a complexa situação desta capital do carvão do Brasil e de sua região.

A região carbonífera de Santa Catarina: onde a exploração do carvão deixou um legado subterrâneo perigoso sob a capital do carvão do Brasil

A Bacia Carbonífera de Santa Catarina, no sul do estado, concentrou por mais de um século a maior parte da extração de carvão mineral do Brasil, com o minério associado à Formação Rio Bonito. Cidades como Criciúma, a autointitulada “Capital Brasileira do Carvão”, Siderópolis, Urussanga e Treviso floresceram com essa atividade.

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Contudo, a expansão urbana frequentemente ocorreu de forma desordenada sobre extensas áreas de subsolo escavadas e depois abandonadas. Estima-se que milhares de hectares foram impactados, com um ivo que inclui centenas de aberturas de minas subterrâneas desativadas, criando um “mar de minas” sob estas comunidades.

Os riscos geológicos e ambientais que assombram as cidades do carvão

A capital do carvão brasileira construída sobre um perigoso labirinto de minas abandonadas que muitos moradores ignoram

O legado da mineração de carvão se manifesta em diversos riscos. O mais temido é a subsidência do terreno, o afundamento ou colapso da superfície causado pelo desmoronamento das antigas galerias mineiras, escavadas pelo método de “câmara e pilar”. A prática histórica de remoção desses pilares para maximizar a extração agravou o problema.

Outro grave problema é a Drenagem Ácida de Mina (DAM). O carvão de Santa Catarina possui alto teor de pirita, que, ao ser exposta ao ar e à água nas minas e rejeitos, oxida e produz ácido sulfúrico, contaminando rios das bacias do Araranguá, Tubarão e Urussanga com metais pesados. Há ainda a emissão de gases como metano das galerias e gases tóxicos da queima espontânea de rejeitos.

As consequências socioeconômicas do ivo da mineração na capital do carvão do Brasil e entorno

Os impactos socioeconômicos são profundos. A subsidência causa danos e colapsos em residências, escolas, hospitais e infraestruturas, como ruas e redes de saneamento. A simples presença do risco leva à desvalorização imobiliária e insegurança patrimonial.

A contaminação pela DAM expõe a população a riscos à saúde pública, através do consumo de água ou alimentos contaminados, e a poluição do ar agrava doenças respiratórias. Além disso, a situação gera conflitos sociais e longas disputas judiciais pela reparação dos danos, como a complexa Ação Civil Pública do Carvão.

O que está sendo feito na capital do carvão do Brasil e região?

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Órgãos como o Serviço Geológico do Brasil (SGB/RM) e a Agência Nacional de Mineração (ANM) realizam o levantamento de áreas degradadas e de risco na capital do carvão do Brasil e municípios vizinhos. Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) são implementados, principalmente pela União para áreas “órfãs” (de empresas extintas).

No entanto, a efetividade enfrenta desafios como altos custos, descontinuidade orçamentária e a complexidade técnica para conter a DAM a longo prazo e estabilizar o pH da água. A definição de responsabilidades pela recuperação e compensação também é um processo litigioso e demorado.

Se o leitor tiver algum comentário construtivo, foto histórica das minas de carvão, ou até mesmo da cidade de Criciúma e região, pode colaborar nos comentários.

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João Gabriel
João Gabriel
15/05/2025 10:32

É importante mencionar que não são todos os lugares da cidade que têm essas galerias de minas no subsolo. A região central é uma que não tem esse risco, não tem áreas mineradas mapeadas.

RODOLFO ANTÔNIO DA SILVA
RODOLFO ANTÔNIO DA SILVA
18/05/2025 07:35

Assim como a retirada de Sal Gema de no Nordeste, a retirada subterrânea de carvao em Criciúma tem potencial de grande impacto, mas é necessário delimitar a área diretamente afetada para não causar alarmismos que venham a prejudicar a região como um todo, como foi negativamente explorado pela mídia quando da queda de um prédio em Gramado. O problema existe e deve ser bem definido onde está. Isto é responsabilidade com o trato da informação.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites G, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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