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Explosão industrial na Bahia: fábrica da BYD promete virar o jogo com carros, caminhões e ônibus elétricos produzidos em solo brasileiro para toda a América Latina

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 15/05/2025 às 14:22
Atualizado em 18/05/2025 às 17:11
byd - fábrica - carros - ford - bahia
A BYD investe mais de R$ 3 bilhões para transformar a antiga fábrica da Ford, na Bahia, no maior polo de veículos elétricos da América Latina

Camaçari volta ao mapa da indústria com o megainvestimento da BYD: mais de 10 mil empregos e uma nova era para a economia baiana começa agora

A cidade de Camaçari, na Bahia, está prestes a testemunhar uma revolução industrial sem precedentes. A antiga fábrica da Ford, desativada desde 2021, ganha agora novos contornos com a chegada da BYD (Build Your Dreams), gigante chinesa do setor de mobilidade elétrica. Com um investimento total superior a R$ 3 bilhões — podendo chegar a R$ 5,5 bilhões segundo estimativas recentes — o Brasil se consolida como um dos principais destinos da nova indústria verde mundial.

Uma fábrica para liderar a era dos elétricos na América Latina

A nova planta da BYD será o maior centro de produção de veículos elétricos da montadora fora da China. A previsão é que a unidade inicie a produção de carros elétricos em 2025, com uma capacidade inicial de 150 mil veículos por ano. A meta da empresa, no entanto, é ambiciosa: tornar a fábrica de Camaçari um polo de exportação para toda a América Latina.

Stella Li, vice-presidente global da BYD, afirmou em entrevista à Reuters que o Brasil ocupa um lugar estratégico nos planos de expansão internacional da companhia. “Nosso objetivo é desenvolver aqui uma base industrial tão moderna e tecnológica quanto qualquer uma das nossas unidades na China”, declarou.

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Um novo ciclo industrial para a Bahia

Após o fechamento da fábrica da Ford, a região de Camaçari enfrentou desemprego em massa e perdas bilionárias para a economia local. Com a chegada da BYD, o cenário muda radicalmente: estão previstos mais de 10 mil empregos diretos e indiretos até 2026, segundo o governo estadual.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, tem acompanhado pessoalmente o andamento do projeto. “É mais do que uma fábrica. Estamos diante de um novo ciclo industrial para o estado, desta vez com foco na sustentabilidade e na geração de valor agregado”, afirmou em visita ao canteiro de obras.

Três fábricas, uma só missão: acelerar a transição energética

O complexo fabril da BYD será dividido em três grandes unidades:

  • Fábrica de carros elétricos: produção de automóveis 100% elétricos com foco inicial no mercado nacional e, futuramente, exportação para países da América do Sul.
  • Fábrica de chassis para ônibus e caminhões elétricos: reforçando a vocação da BYD no transporte público sustentável, especialmente em cidades como São Paulo e Salvador.
  • Fábrica de processamento de lítio e ferro-fosfato: voltada à fabricação local das baterias utilizadas nos veículos, reduzindo custos logísticos e aumentando a autonomia da operação.

Além disso, será construído um centro de treinamento profissional, em parceria com o SENAI e universidades locais, para capacitar trabalhadores nas áreas de mecatrônica, robótica, eletrônica veicular e gestão da cadeia de suprimentos.

Sustentabilidade no centro do projeto

A nova fábrica da BYD será concebida com base em princípios de sustentabilidade ambiental. Estão previstas instalações de:

  • painéis solares para abastecimento energético autossuficiente;
  • sistemas de reuso de água industrial;
  • recuperação de materiais utilizados nas baterias de lítio;
  • emissões zero na linha de montagem.

Segundo a InsideEVs, o projeto visa atender integralmente os critérios de ESG (ambiental, social e governança), com metas públicas de redução de pegada de carbono e certificações internacionais de produção limpa.

Desafios e cronograma

Apesar do otimismo, o projeto enfrenta alguns desafios. De acordo com a Reuters, atrasos no processo de homologação ambiental e em negociações com sindicatos locais podem empurrar o pleno funcionamento da planta para o final de 2026. Inicialmente, a produção começará com kits CKD (completely knocked down), importados da China, e será nacionalizada gradualmente.

A estimativa da própria BYD é de que a operação esteja em plena capacidade somente em dezembro de 2026, consolidando Camaçari como o maior polo de mobilidade elétrica do Hemisfério Sul.

Brasil como líder em mobilidade limpa?

A aposta da BYD no Brasil reforça o potencial do país em liderar a transição para uma economia de baixo carbono. Com matriz energética predominantemente renovável, vastas reservas de lítio e um mercado interno robusto, o país surge como plataforma ideal para o avanço da eletromobilidade.

A instalação em Camaçari não é apenas uma resposta à demanda por veículos limpos, mas uma estratégia de posicionamento geopolítico: disputar protagonismo com Europa e Estados Unidos na corrida global por tecnologia automotiva verde.

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O futuro começa agora, em Camaçari

A antiga fábrica da Ford já foi símbolo do auge industrial do Nordeste. Agora, sob nova direção, o complexo renasce como símbolo de inovação, sustentabilidade e inclusão produtiva. A grande pergunta que fica é: o sucesso da BYD poderá servir de modelo para outras regiões brasileiras em busca de revitalização econômica?

Com tecnologia de ponta, metas sociais ambiciosas e compromisso ambiental declarado, a BYD inaugura não apenas uma fábrica, mas um novo capítulo para o Brasil no século XXI.

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Jair
Jair
17/05/2025 15:04

Será que essa matéria é paga 🤔
Ou será que os 10 mil empregados virão todos da China🤔
Na primeira oportunidade de gerar empregos no Brasil eles trouxeram mão de obra da China, porque será diferente daqui para frente!
Estão desde o começo das operações no Brasil, se aproveitando das isenções que os fabricantes locais, que geram empregos brasileiros, pagam uma das maiores cargas tributárias do mundo, por isso, não venham puxar o saco de quem só está se aproveitando da corrupção dos políticos locais!

Alexandre
Alexandre
Em resposta a  Jair
18/05/2025 08:54

O nome já diz o alienado que és!

Adônis
Adônis
Em resposta a  Jair
18/05/2025 11:11

O tributo que você diz que o empresário brasileiro paga, se ele realmente estiver pagando é porque é um ****. O tributo quem paga realmente é o consumidor final, o empresário só rea o que ele já cobrou lá no produto, se ele estiver pagando do bolso dele é porque é um leso, ****. Duvido muito que isso realmente aconteça.

Sebastiao
Sebastiao
18/05/2025 07:41

Difícil acreditar…… muito difícil!!

Saeverson
Saeverson
18/05/2025 08:20

Eu não tô vendo isso não, aqui em camacari está tudo igual ônibus e mais ônibus cheio de chineses

Noel Budeguer

Sou jornalista argentino, actualmente radicado en Río de Janeiro, Brasil, con trayectoria enfocada en la cobertura de temas militares, defensa, ciencia, tecnología, energía y geopolítica. Mi objetivo es traducir información técnica y compleja en contenidos accesibles y relevantes para un público amplio, siempre manteniendo el rigor periodístico. Sou apaixonado por explorar como a tecnologia y defensa impactam a sociedade eo desenvolvimento econômico. https://muckrack.com/noel-budeguer?

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