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Como a gigante estatal chinesa se tornou uma das maiores empresas de energia do Brasil em pouco mais de uma década

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 11/06/2025 às 21:11
A Dono da Chave da Luz: Como a State Grid, a Gigante Estatal Chinesa, se Tornou a Maior Empresa de Energia do Brasil em Pouco Mais de uma Década
A Dono da Chave da Luz: Como a State Grid, a Gigante Estatal Chinesa, se Tornou a Maior Empresa de Energia do Brasil em Pouco Mais de uma Década

Com investimentos de mais de R$ 28 bilhões desde 2010, a State Grid não só modernizou parte da rede elétrica, mas também assumiu o controle da FL, levantando questões sobre a soberania energética do país.

Quem realmente controla a luz que chega à sua casa? Essa pergunta se tornou central no debate sobre a infraestrutura brasileira com a ascensão da State Grid Corporation of China (SGCC). Em pouco mais de uma década, esta gigante estatal chinesa executou uma expansão meticulosa e agressiva, tornando-se uma força dominante no setor de energia elétrica do Brasil, um movimento com profundas implicações econômicas e geopolíticas.

A entrada de uma empresa estatal estrangeira desta magnitude em um setor tão vital vai além de uma simples transação comercial. É um reflexo da crescente influência global da China e de sua estratégia de investir em infraestruturas críticas ao redor do mundo. Para o consumidor brasileiro, o resultado é um misto de melhorias na qualidade do serviço e questionamentos sobre o futuro da segurança energética nacional.

Quem é a State Grid, a gigante estatal chinesa que é a terceira maior empresa do mundo?

Fundada em 29 de dezembro de 2002, a State Grid Corporation of China (SGCC) é a maior empresa de serviços públicos do planeta.

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Diretamente supervisionada pelo governo chinês, sua escala é monumental. Em 2023, a empresa registrou uma receita de US$ 545,95 bilhões, tornando-se a terceira maior empresa do mundo em faturamento, atrás apenas de Walmart e Amazon.

Com 1,3 milhão de funcionários, a SGCC fornece energia para 1,1 bilhão de pessoas na China e possui operações em países como Itália, Portugal e Austrália.

Sua principal vantagem tecnológica é o pioneirismo na Transmissão de Ultra Alta Tensão (UHV), uma expertise crucial para países de dimensões continentais como o Brasil.

A cronologia da expansão e os bilhões investidos desde 2010

Quem realmente controla a luz que chega à sua casa? Essa pergunta se tornou central no debate sobre a infraestrutura brasileira com a ascensão da State Grid Corporation of China (SGCC). Em pouco mais de uma década, esta gigante estatal chinesa executou uma expansão meticulosa e agressiva, tornando-se uma força dominante no setor de energia elétrica do Brasil, um movimento com profundas implicações econômicas e geopolíticas.

A entrada da State Grid no Brasil foi estratégica e veloz. Em 2010, a empresa criou sua subsidiária local, a State Grid Brazil Holding (SGBH), e imediatamente adquiriu sete concessionárias de transmissão de energia. Nos anos seguintes, a expansão continuou com a vitória em leilões da ANEEL e novas aquisições.

2014: a SGCC venceu, em consórcio com a Eletrobras, a concessão para construir a linha de transmissão da hidrelétrica de Belo Monte. O projeto de Ultra Alta Tensão foi um marco, demonstrando a superioridade tecnológica chinesa. A linha entrou em operação em 2017, dois meses antes do previsto.

2017: o ano marcou a jogada mais agressiva. A SGCC adquiriu o controle da FL Energia por aproximadamente US$ 3,4 bilhões. Com essa transação, a empresa deixou de ser apenas uma especialista em transmissão para se tornar uma gigante diversificada, com forte presença também em distribuição e geração de energia.

Total de investimentos: desde 2010, a gigante estatal chinesa afirma ter investido mais de R$ 28 bilhões no Brasil.

A State Grid é realmente a maior empresa de energia do Brasil?

Com a aquisição da FL, a State Grid se consolidou como uma das maiores, senão a maior empresa privada do setor elétrico brasileiro.

Em 2023, a receita operacional líquida da FL, se anualizada, ficaria em torno de R$ 39,2 bilhões. Somando-se os ativos de transmissão da SGBH, o conglomerado chinês se torna uma força inquestionável.

No entanto, a comparação depende da métrica. A Eletrobras, mesmo privatizada, ainda possui números robustos, com uma receita de R$ 47,4 bilhões em 2024.

A Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, também se posiciona como uma concorrente de peso, com receita de R$ 46,7 bilhões em 2024.

O que é inegável é que a SGCC, em pouco tempo, alcançou o topo, disputando a liderança com players tradicionais do setor.

Como melhorou a qualidade da energia que chega à sua casa

A chegada da State Grid trouxe um ciclo de investimentos massivos em modernização. A FL Paulista, uma das distribuidoras do grupo, anunciou um plano de investimento de R$ 10,2 bilhões para o período de 2025 a 2029.

Essa injeção de capital se refletiu na qualidade do serviço. Nos rankings da ANEEL de 2024, a FL Santa Cruz obteve o primeiro lugar entre as grandes distribuidoras do país. A FL Paulista também subiu sete posições no mesmo ranking.

Esses indicadores, que medem a continuidade e a qualidade do fornecimento, sugerem que a capacidade financeira e a gestão da SGCC estão contribuindo positivamente para a operação no Brasil.

As implicações de ter uma gigante estatal chinesa controlando um setor estratégico

A presença da State Grid no Brasil é um fenômeno complexo. Por um lado, a gigante estatal chinesa traz investimentos cruciais, tecnologia de ponta e melhorias operacionais, suprindo um déficit histórico de infraestrutura no país.

A empresa também se compromete com o desenvolvimento socioeconômico, apoiando projetos culturais e sendo certificada como um “Great Place to Work”.

Por outro lado, a concentração de um setor tão crítico nas mãos de uma única entidade estatal estrangeira levanta debates sobre a soberania e a segurança energética nacional.

A expansão da SGCC está alinhada à estratégia “Go Out” do governo chinês, que visa ampliar sua influência global.

Embora opere sob a rigorosa regulação da ANEEL, o poder de barganha de um player dessa magnitude não pode ser ignorado. O desafio para o Brasil é equilibrar a atração de investimentos essenciais com a proteção de seus interesses estratégicos de longo prazo.

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