Até onde conseguiríamos cavar um buraco? Veja os recordes de profundidade já alcançados na Terra e conheça o buraco mais profundo já feito, com mais de 12 km!
Quem nunca imaginou cavar um buraco até o centro da Terra? É um pensamento quase universal. Mas, claro, isso continua sendo um sonho impossível, mesmo com toda a tecnologia atual. A pergunta que fica é: se nós, como espécie, decidíssemos que escavar a Terra seria nosso maior objetivo, até que profundidade conseguiríamos realmente chegar?
A resposta é fascinante e cheia de marcos impressionantes, alguns que você nem imagina que já foram alcançados.
As primeiras camadas: onde a maioria para
Se você começar a cavar em qualquer ponto da superfície, rapidamente vai ar por algumas profundidades que já fazem parte do nosso cotidiano.
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Com pouco mais de 1,8 metro, você atinge a chamada “profundidade padrão de sepultamento” em muitos países ocidentais. Se algum dia você se perguntou como um apocalipse zumbi poderia começar, essa é a profundidade que seria usada nos filmes.
Descendo um pouco mais, aos 4 metros, foi onde os arqueólogos encontraram o túmulo do faraó Tutancâmon, no Egito. Já aos 6 metros, chegamos ao limite que a maioria dos detectores de metal consegue identificar objetos.
Se você seguir até os 12 metros, estará na profundidade das tocas mais profundas de animais conhecidas, como as construídas por crocodilos-do-Nilo. Aos 20 metros, você alcança as famosas Catacumbas de Paris, um labirinto subterrâneo que abriga os restos de mais de 6 milhões de pessoas.
Estruturas humanas e naturais cada vez mais profundas
Agora começamos a descer um pouco mais, rumo a estruturas humanas e formações naturais impressionantes.
Com 40 metros, temos a piscina mais profunda do mundo, que fica na Polônia e se chama Deepspot. Para você ter uma ideia, se a piscina fosse drenada e você pulasse de cima, levaria quase 3 segundos para atingir o fundo.
Em 100 metros, começamos a falar de segurança nuclear: é mais ou menos essa a profundidade em que resíduos nucleares são armazenados em muitos países. Logo abaixo, a 105,5 metros, fica a estação de metrô mais profunda do mundo, em Kiev, na Ucrânia.
As raízes de plantas também impressionam. A figueira de Wild Fig, na África do Sul, tem raízes que chegam a 122 metros de profundidade, recorde natural.
Com 220 metros, encontramos o ponto mais profundo do Rio Congo, o rio mais profundo do planeta. Já aos 240 metros, você estaria atravessando o túnel ferroviário mais profundo do mundo, que liga as ilhas japonesas de Honshu e Hokkaido.
Os túneis rodoviários também vão fundo. Em 287 metros, temos o túnel rodoviário Ryfylke, na Noruega, o mais profundo de todos.
Agora, um dado curioso e assustador: uma bomba nuclear penetrante como a B83, dos Estados Unidos, pode destruir estruturas localizadas a até 305 metros abaixo do solo, segundo informações da Federation of American Scientists.
O buraco cavado mais fundo… à mão!
Incrivelmente, um buraco cavado à mão atingiu 392 metros. Trata-se do Poço de Woodingdean, no Reino Unido, escavado em 1862. Um feito impressionante para a época.
Mas tem mais: em 603 metros, você encontra a queda vertical mais profunda já registrada dentro de uma caverna. Se alguém caísse nesse abismo, a queda seria mais longa que pular do topo do One World Trade Center, em Nova York, e duraria mais de 11 segundos.
A 700 metros, temos um caso que marcou o mundo: foi a profundidade em que 33 mineiros chilenos ficaram presos por 69 dias em 2010, no famoso acidente da mina San José.
Em 970 metros, encontramos a maior mina a céu aberto do mundo, a Mina de Bingham Canyon, em Utah (EUA). Seu buraco é tão profundo que daria para colocar um Burj Khalifa inteiro ali dentro e ainda sobrariam mais de 100 metros.
Música, cavernas e mineração extrema
Aos 1.410 metros, aconteceu o concerto mais profundo já realizado, pela banda finlandesa Agonizer. Já o Lago Baikal, na Rússia, atinge 1.642 metros de profundidade, sendo o mais profundo do mundo.
O fundo do Grand Canyon fica a 1.857 metros. E a caverna mais profunda já explorada pelo ser humano, a Veryovkina Cave, na Geórgia, chega a impressionantes 2.197 metros.
Ainda mais fundo, aos 3.132 metros, está a mina Moab Khotsong, na África do Sul. Se você caísse desde o topo, teria 25 segundos de queda livre. Uma viagem de elevador até o fundo leva cerca de 4,5 minutos.
Outro dado curioso: em 3.600 metros, cientistas descobriram um dos organismos multicelulares mais profundos já encontrados, um tipo de verme que sobrevive nessas condições extremas.
Mas os humanos foram além. A mina mais profunda já operada pela humanidade, também na África do Sul, chega a 4.000 metros de profundidade. O trajeto de elevador até o fundo leva mais de uma hora e a temperatura por lá pode ar dos 66 graus Celsius.
E se quisermos ir mais fundo ainda?
A crosta oceânica, sob o fundo do mar, tem em média 6.000 metros de profundidade. Se você colocasse o Monte Everest inteiro dentro de um buraco, com seus 8.848 metros, ainda assim não estaria nem perto do centro da Terra.
O ponto mais profundo do oceano, a Fossa das Marianas, chega a 10.994 metros. Mas adivinha? Já cavamos mais fundo que isso.
O famoso projeto soviético Kola Superdeep Borehole, na Rússia, chegou a 12.262 metros. A perfuração foi interrompida quando a temperatura atingiu 180 graus Celsius, tornando impossível continuar.
Mais recentemente, um poço de petróleo chamado Z-44 Chayvo, na Rússia, superou esse recorde ao alcançar 12.376 metros, segundo a empresa Rosneft. Para visualizar isso, seria como empilhar 15 Burj Khalifas um sobre o outro.
Mas a crosta terrestre pode chegar até 70.000 metros de profundidade, e o centro da Terra está a cerca de 6.371 quilômetros do nosso solo. Se compararmos isso com um mapa, seria como partir de Lisboa e tentar alcançar Astana, no Cazaquistão, e até agora só conseguimos arranhar a superfície.
Apesar dos avanços incríveis, nossa jornada rumo ao centro da Terra ainda está nos primeiros centímetros. Perfurações mais profundas esbarram em temperaturas extremas, pressões colossais e desafios tecnológicos enormes.
Mas quem sabe? Se um dia a humanidade realmente tornar isso uma prioridade, talvez possamos descer mais fundo do que jamais imaginamos.